"Fim dos Tempos: o Encoberto Descoberto" pgs 231 a 259




Nabucodonosor II

     Nabucodonosor II, filho de Nabopolassar, reinou na Babilônia de 605-562 a.C.
 No 8º ano de seu reinado em 598, invadiu e saqueou Jerusalém e levou o rei Joaquim cativo pra Babilônia. No 19º ano, em 587, o seu general Nebuzaradã destruiu e incendiou Jerusalém e o Templo   (2Rs 24:12, 25:8).
    De 586 a 580 a.C., Nabucodonosor enlouqueceu (licantropia) e foi expulso da cidade, e como animal irracional foi comer erva do campo e lá morou com o gado, e lhe cresceu as unhas e os cabelos em demasia, ficando imundas como os animais e as aves.
 E assim, Nabucodonosor II ficou por sete tempos (sete anos).
     E nestes sete tempos, o seu Império foi dado a outro, pois Deus “o dá a quem (Ele) quer” (Dn 4:25, 32-34).
E foi dado a Astiages (que é o mesmo rei Assuero da Bíblia).
     Astiages (Assuero) em 583, no seu terceiro ano de reinado, dá um banquete, em Susã, que duraram 180 dias a todos os seus príncipes e servos que faziam parte do escol da Pérsia e Média.
    Qual era a finalidade desta festa tão prolongada? (Et 1:4).
Possivelmente era para comemorar a anexação do império da Babilônia ao seu Império.

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     Neste ano 583, Assuero destituiu Vasti como rainha do Império, mas só no sétimo ano do seu reinado, em 579, ele desposou Ester e a fez rainha de seu Império (Et 2:16-18).
     Durante a demência de Nabucodonosor II, o Império neo-babilônio foi governado por Astiages (Assuero), rei do Império da Médio-Pérsia, pois ele era irmão da rainha Amitis, esposa de Nabucodonosor II, e este, ainda não tinham herdeiro (*103).
     Em 587 e 579 ocorreu o 440º e 441º ciclo octogonal de Vênus e Terra, respectivamente.
     Os sete tempos da loucura de Nabucodonosor II, situa-se entre estes dois ciclos: 586-580 a.C.
     Tão logo Nabucodonosor II se restabeleceu de sua demência, em 579, foi reintroduzido em seu trono real e tornou-se extremamente espiritual, e adorou ao Altíssimo, verdadeiro Rei do Céu, também chamado de Deus de Israel (Dn 2:19-23,47, 3:12, 4:8,25,32-37 , 5:10-18).
     Certamente ele foi muito complacente e benigno para com os seus amigos judeus, e nisto, seu filho Evil-Merodaque, o seguiu também.
     Nabucodonosor II e seu filho, foram inscritos no livro do Senhor, entre aqueles que habitarão na gloriosa Sião  (Sl 87:4). 
     Havia certa liberdade de culto em Jerusalém, até 589, embora, monopolizado pela aristocracia cananéia.
     Esta liberdade foi rompida por  Nabucodonosor II que impôs, através de um decreto, o culto e a adoração à sua imagem (Dn 3:1-12).
     Tanto cananeus, com o seu culto  a Baal e Asherá, quanto os judeus crentes em seu Deus de Israel, se sentiram ameaçados.
     A elite cananéia de Jerusalém, através de seus chefes sacerdotais, perdeu o controle da situação.

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     Esta intervenção religiosa em Jerusalém, pelo rei da Babilônia, na insegura Palestina, motivou a que todos os seus moradores, judeus e cananeus, se unissem em torno do rei Zedequias, para se insurgir contra Nabucodonosor II.
E Zedequias insurgiu-se, contrariando ao profeta Jeremias que o aconselhou a não insurgir-se, pois considerava o rei da Babilônia um servo de Deus.
     Zedequias é derrotado, cegado e levado em cadeias de bronze pra Babilônia (2Rs 25, 2Cr 36).  (*104).
     Devido a este decreto-religioso de Nabucodonosor II, que obrigava a todos os povos do Império a adorarem ao ídolo de ouro deste rei, muitos judeus cativos em Babilônia, se prostraram e adoraram, segundo comentaristas da Torá (*105).
     Mas, Mordecai e Ester, para não serem executados por negarem-se a tal abominação, fugiram para o Império da Médio-Pérsia.
      E Ester, viria a ser rainha neste Império que os acolheu.
 Outros judeus, cansados das opressões do cativeiro babilônico e  saudosos da velha Pátria, preferiram retornar a Judá.
      E são estes repatriados que sofrerão a denúncia dos cananeus (que ocuparam plenamente a Jerusalém, em 588) e que os acusaram de traição, ao rei Assuero (Astiages), em Susã, capital  da Média. (Ed 4:6 , Et 3:8).    
     Em 520 a.C., no segundo ano do reinado de Dario I, Zorobabel chegou do exílio à Jerusalém, e começou a edificar a Casa do Senhor.
E Mordecai eram um dos que estavam na sua comitiva, e foi um dos idosos que choraram em alta voz quando os alicerces deste segundo Templo foram lançados, porque conhecia e vira o esplendor do primeiro Templo (Ed 2:2 , 3:8,12 , 4:24 , 6:15).

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     Evil-Merodaque (Amel-Marduk), sucedeu a Nabucodonosor II, seu pai, no trono da Babilônia (562-560).
    Ele promoveu uma política anticlerical, contra os sacerdotes do deus Marduk, e, por essa política, Neriglissar o assassinou em 560 a.C., apoiado pela facção dos sacerdotes.
     Esse rei, tratou ao rei Joaquim, em 562, como a um irmão, ao ponto de tê-lo em sua mesa, para as refeições todos os dias desse ano.
     Seu pai, Nabucodonosor II, sempre foi um homem muito religioso e cultuava e adorava a Anu (deus do céu), a Bel e a Marduk (deus de Júpiter).                       
     Nabu, raiz do nome Nabucodonosor, era a deusa de Vênus; e ele deu o nome  de Amel-Marduk  ao seu filho, e de Beltessazar a Daniel, e o seu tataraneto foi chamado de Belsazar, em reverência e culto a esses deuses Bel (Vênus)e Marduk (Júpiter). 
     Neriglissar ou Nergal-Sarezer, era genro de Nabucodonosor II.  Assassinou Evil-Merodaque e lhe usurpou o trono.
    Neriglissar reinou em Babilônia entre 560-556; e seu nome foi uma homenagem ao deus de Cuta, Nergal, que era o deus de Marte,  o deus da guerra (2Rs 17:30 , Jr 39:3,13,). Ele era um homem agressivo e vigoroso na administração do Império.
     Labashi-Marduk, era filho de Neriglissar, e o sucedeu no trono por poucos meses. Ele foi assassinado pelos cortesões, e entre eles estava Nabonid, que o sucedeu no trono.         
     Nabonid era filho de Nabu-balassu-iqbi, um príncipe da Babilônia que era  procurador em Harã na Assíria, e da sacerdotisa Adda-Guppi, que cultuava a deusa Sin (Lua).
     Nabonid reinou de 556-539.
Nabonid afirmou ser ele o legítimo sucessor de Evil-Merodaque, pois seu pai era irmão desse rei.
Nabonid, em 548, reinou direto de Harã, e seu filho Belsazar foi vice-rei em Babilônia (*106). 

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Chashmal  
   
     O profeta anônimo ou “deutero-Isaías” (594-546) faz uma analogia entre Vênus (Estrela da Manhã) e Nabucodonosor II, rei da Babilônia (Is 14:4-19).
Nesta analogia ambos subiram até ao mais alto do poder, como se fossem Deus, e assolaram e destruíram a terra e seus moradores, até que Deus, pôs fim nisso, e pôs  a ambos em suas devidas e modestas posições.
     Ezequiel no quinto ano do cativeiro da Babilônia, em 594, viu “chashmal” o metal brilhante em meio ao fogo, que veio junto com um vento tempestuoso e uma nuvem de fogo vindos do Norte (Ez 1:4), que nada mais era do que o planeta Vênus assolando as nações, tal como fazia Nabucodonosor II.
     Conforme a Tora: “chash” significa brilhante e “chashmal” brilhante metal, e está no livro de Ezequiel (Ez 1:4,27), (*107).
    “No quinto ano do cativeiro do rei Joaquim (594 a.C.) ... Olhei e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, e uma   grande nuvem, com fogo a revolver-se (nela), e resplendor ao redor dela, e no meio disto, uma coisa como metal brilhante (e do meio dela vinha um semblante de Chashmal), que saia do meio do fogo...”.
     Esta visão de Ezequiel foi aterradora: “um vento tempestuoso vinha do norte, e no meio da nuvem de fogo, brilhava o semblante de Chashmal.”
     Este texto de Ezequiel é semelhante ao de Jeremias:
“Eis aí um rumor! Eis que vem grande tumulto do Norte, para fazer das cidades de Judá uma assolação e morada de chacais” (Jr 10:22). E também é semelhante ao de Isaías:
    “Ao ruído do tumulto, fogem os povos, quando tu te ergues, as nações são dispersas” (Is 33:3).
      A descrição deste “chash” por Ezequiel em 594  é semelhante ao que Daniel fez em 557 a.C. (Ez 1:16,27, Dn 10:1,6).

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     Tais visões destes dois profetas aconteceram num mesmo ano. Esta diferença de 37 anos entre os calendários Gregoriano e Bíblico já explicamos em  “Cronologia Bíblica” .
     Este chashmal, era Vênus, que no final de 595 assolou o nosso planeta novamente, no seu 439º ciclo octogonal.                        
                                                                
Assuero e Astiages são a mesma pessoa

     Astiages reinou de 585 a 550 no império da Média-Pérsia.
     Astiages é como se escrevia em grego; Astuiga em babilônio; “Istum egu” em persa; Achashverosh em hebraico; e Assuero em português.

     Ctesias, historiador grego, diz que “Astuiga” significa destruidor de muralhas (*108). 
     Mas, em babilônio significa saqueador de cidades.

     Isaías diz que Deus criou o assolador para destruir (Is 54:16).
    Jeremias diz acima que as cidades foram assoladas (pelo assolador, destruidor), (Jr 10:22).
     E de assolador vem por corruptela da língua, Assuero.
     Achashverosh  (Assuero) significa em hebraico: chash é brilhante, e rosh é cabeça ou o primeiro.
Achashverosh significa: o primeiro (cabeça) brilhante.
     O brilho do Sol é o primeiro, o que brilha mais, embora isto seja comum e por isso, não surpreendente.
     Mas, destacável e surpreendente foi Vênus, que neste tempo, 627-595, voltou a estar muito próximo da Terra, assolando-a, e brilhando intensamente.
Assuero nasceu em 616 e possivelmente, no seu nome carrega esta lembrança.
     Assuero e Astiages é a mesma pessoa que reinou na Média-Pérsia, 585-550, cujo pai chamava-se Quiaxares (Ciaxares) na língua grega, ou Umakishtar na língua babilônica.

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     Desse nome, Umakishtar, destaque-se “ishtar” que era a deusa de Vênus “a brilhante estrela da manhã, que assolou as nações quando subiu até ao mais alto dos céus, querendo se assemelhar a Deus; que estremeceu os céus e sacudiu a terra do seu lugar” (Is 13:13, 14:12-14 , 24:18-23).
 E “Umak”que possivelmente seja Marduk ou Anhouma (no zoroastrismo), que era o deus de Júpiter.
     Astiages, tem o significado de “destruidor de muralhas” ou “saqueador de cidades” e estes adjetivos também eram dados ao deus de Marte, que era chamado entre os romanos de “o deus da guerra”; e Assuero significa “assolador”:
E tanto Vênus quanto Marte, assolavam e destruíam as cidades no período de 747 a 557 a.C. e eram extremamente brilhantes (Chash).
      A principal evidência que o rei Assuero é o mesmo Astiages, são os fatos da vida de Mordecai e de sua prima Ester.
Mordecai tinha 95 anos em 520 a.C. quando retorna para Jerusalém junto com os israelitas que acompanhavam a Zorobabel (Ed 2:2 , 3:12,13).
 Mordecai tinha 17 anos quando vai para o cativeiro da Babilônia, em 598.
     Em 585, quando “Ester, entre as virgens de boa aparência e formosura, se apresentam ao rei Assuero, para ver qual delas seria a desposada” (Et 2:2,5-18), Mordecai, tinha 30 anos; e esse seu nome se assemelha a Marduk, o deus de Júpiter dos babilônios.
     Mordecai, possivelmente, não era o nome que ele tinha quando foi circuncidado, mas, um pseudônimo, para ocultar a sua estirpe real, da descendência de Quis, que gerou ao rei Saul (1Cr 8:33 , Et 2:5).
     Mordecai e Ester (Hadassa) procuraram manter no anonimato a sua nacionalidade judia (Et 2:10 , 8:1). 

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     Quiaxares começou a reinar no império da Média-Pérsia, em 616. Supondo que ele gerou Astiages, seu príncipe herdeiro, nesse ano, e sua filha Amitis, em 615, então Amitis tinha três anos em 613, quando foi prometida e dada em casamento a Nabucodonosor II.
     Berossos, sacerdote babilônio que escreveu no século II a.C., diz que a aliança da Média com a Babilônia, na guerra contra os Assírios, foi selada, em 613, com o casamento de Amitis, irmã de Astiages ( filha e filho de Quiaxares), com Nabucodonosor II, filho de Nabopolassar (*109).
     Astiages tinha 32 anos, em 585 a.C. E quando foi vencido por Ciro II em 550, Astiages tinha 67 anos.
     Astiages casou-se com Arienis, filha de Aliates, rei da Lídia.
     Arienis era irmã de Creso, e Creso sucedeu ao seu pai Aliates. Astiages e Arienis geraram a Dario, o meda, em 600 a.C.  (Dn 5:31).
     Sendo Astiages o mesmo Assuero, então Arienis seria a rainha Vasti, que afrontou ao seu marido, o rei Assuero (Et 1).
     Vasti só não foi executada sumariamente pela afronta que fez ao rei, porque Aliates e Creso eram aliados do rei Assuero (Astiages), entretanto, ela foi destituída do título de rainha e ficou impedida de todos os direitos (ver “Gyges” neste livro).
    Astiages (Assuero) teve outra esposa desconhecida dos historiadores. Diz a lenda que esta desconhecida gerou três filhos: Cambises I, Ciro I e Ciro II.
    Astiages mandou matar aos três, mas Ciro II conseguiu sobreviver, graças a astúcia de um servo de Astiages, que o deu aos aquemênidas, no Elão, para ser criado e educado.
     Essa esposa desconhecida era a Ester (Hadassa) da Bíblia, aquela que casou com  Assuero, em 579 a.C. (Et 2:16,17). 
     Em 579, Nabucodonosor II foi reconduzido ao seu trono em Babilônia, possivelmente por Assuero (Astiages), pois, do terceiro ao sétimo ano de seu reinado, Assuero/Astiages não tomou providências para escolher outra rainha para o lugar de Vasti (Et 1:3 e 2:16).

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     Ciro II deve ter nascido no quarto ano em que Ester era rainha, em 576 a.C. e, se assim é, ele teria vinte e seis anos em 550, quando assumiu o trono da Média, em lugar de Astiages (Assuero).
     Os judeus progrediram muito no império medo-persa, ao exterminarem com todos os agagitas (hagarenos), seus inimigos.
  Além disso, os judeus assumiram o total controle do Império, com Mordecai e a rainha Ester.
Isto pode ter levado Astiages/Assuero a tomar providências, para que os seus filhos meio judeus, não viessem a ser seus herdeiros, em lugar dos sete príncipes dos medos e dos persas (Et 1:14).
     Assuero era instável: tinha dado uma ordem para que todos os judeus fossem mortos, em 574, no duodécimo ano de seu reinado (Et 3:7,13); depois, reformou sutilmente esta ordem e mandou que os judeus se defendessem e matassem a todos os seus inimigos (Et 8:11).
    Assim também, o rei Assuero/Astiages poderia ter dado outra ordem, anos depois de 574, quando a população judaica tinha crescido e progredido muito, para que fossem mortos ou expulsos do Império da Média.
    Heródoto, em 450 a.C. discorrendo sobre as raças existentes na Média, não menciona os judeus ou israelitas.
As raças mencionadas por ele foram: os busas, paretacenos, os estrucatas, os arizantos, os búdios e os magos (*110).
    Teria havido uma expulsão dos israelitas da Média, já que ali, na Média, havia essa raça comprovadamente?
    Assurbanípal, em 658 destruiu com a cidade de Susã, reconstruída depois por  Assuero/Astiages, e achou-se em seus zigurates, em meio aos ladrilhos, grandes quantidades de chifres cobreados e brilhante de sua deusa Ashteroth-Karnaim, que significa “Vênus dos Cornos” (*111).

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     Há alguns historiadores (que seguem tese especulativa judia recente) que afirmam que Assuero era  XERXES   que reinou entre 486-465 a.C. em Persépolis, capital da  Pérsia e não em Susã na Média, como foi o caso de Assuero (Et 1:2, 9:6).
     Para que isso fosse verdade teria que se destruir com o livro de Daniel, pois Daniel diz que “Dario, o medo, aos 62 anos, se apoderou do reino (de Babilônia)” ... “No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus” ... “Mas eu (Daniel), no primeiro ano de Dario, o medo”... (Dn 5:31, 9:1, 11:1).
    Daniel existiu no período de 620 a 537 a.C., e Mordecai, primo da rainha Ester, existiu no período de 615 a 516 a.C.
(Ed 2:2, 3:12), logo, que tem eles a ver com XERXES?
    Heródoto em 450 a.C. não menciona nenhuma raça semita, muito menos  israelita na Média. E isso seria  estranho se Xerxes fosse Assuero e Ester fosse a rainha.
Como poderiam ter sumido, do 12º ano (474 a.C.) do reinado de Xerxes (Et 3:7) até quinze anos além do seu reinado, 450 a.C.,  todos os judeus da Média, ainda mais se levando em conta que os judeus estavam muito prósperos e senhores da situação, já que Mordecai era o primeiro-ministro e a rainha era Ester?
     Heródoto constatou que não havia mais israelitas na Média. E isto porque a maioria deles haviam deixado a Média,  a partir de 538 até 516, obedecendo ao Edito de Ciro II, e retornado para Jerusalém.
Se Xerxes fosse Assuero com que judeus teria contado então a rainha Ester e Mordecai para exterminar com 75.810 agagitas, seus inimigos? (Et 8:10-13, 9:3-12,16).

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Ciro II

    “Eis que eu (Deus) despertarei contra eles (babilônios) os medos ... os seus arcos matarão os jovens... Sobe ó Elão, Sitia, ó Média... Caiu, caiu Babilônia...” (Is 13:17-19 e 21:2,9).
      Quando se realizou esta profecia, Ciro II que fora criado e educado pelos aquemênidas, no Elão, já tinha anexado o Elão ao império da Média-Pérsia, em 549.
      Em 539, Babilônia foi conquistada por Ciro II, que estabeleceu ali, como vice-rei, a Dario, filho de Assuero, rei dos medos (Dn 5:31, 9:1),  (*113).
      Diz a tradição, que Ciro II era filho de Astiages (Assuero).
      Isaías, de certa forma, confirma aqui que Ciro II era também do Elão e da Média:
     “... que digo (diz Deus) de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém:
Será edificada; e do templo: Será fundado”.
     “Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis ... Eu irei adiante de ti ... para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo teu nome. Por amor de meu servo Jacó e de Israel, meu escolhido; eu te chamei pelo teu nome e te pus o sobrenome, ainda que não me conheças”...
“Eu, na minha justiça, suscitei a Ciro e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade e libertará os meus exilados, não por preço nem por presentes diz o Senhor dos Exércitos” (Is 44:28 , 45:1-7,13).
      Ciro II teve a suprema honra de ser chamado por Deus de seu pastor.
 Embora, Ciro, ainda não tivesse um conhecimento do Deus de Israel.
 Também, pela lei mosaica, jamais um incircunciso faria parte da congregação judaica e muito menos seria um pastor do povo de Deus.
      Ciro II foi chamado por Deus como um melquisedequiano e não como israelita.

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      A ordem sacerdotal de Melquisedeque e seu culto ao Altíssimo é anterior a dos israelitas.
      Ciro II era um homem extremamente piedoso, e sua religião, o zoroastrismo (Mazdeismo), era também, de certa forma, monoteísta.
 Ciro II foi tolerante para com as demais religiões. (*114).
      Ciro II foi um cultuador e divulgador entusiasmado do Mazdeismo, religião fundada por Zoroastro, em todo o seu Império.
     Ciro II considerava os judeus como seus meios-irmãos na fé, e contou com eles para fazer a vontade do Deus dos Céus (2Cr 36:23), que era a de que ele, Ciro, libertasse os israelitas do cativeiro, reconstruísse a Casa de Deus em Jerusalém, e conquistasse o Egito, para que o Deus de Israel fosse glorificado como o único Deus (Is 45:13-18).
     Ciro II não contava com a resistência dos judeus para obedecer ao seu Édito.
     Os judeus estavam bem instalados e confortáveis em Babilônia, e confiados de que Ciro II era seu meio–irmão, não obedeceram a sua ordem para que voltassem para Jerusalém.
     Ciro empenhou-se nesta missão e despendeu grande riqueza pessoal e de seus súditos nisto.
Entretanto, os israelitas não o levaram muito a sério (Ed 1).
     Até o próprio Deus reclamou desta indiferença do seu povo que estava livre do cativeiro, mas, permanecia em Babilônia:
“Acaso, é tempo de vós habitardes em casas apaineladas, enquanto esta Casa ( o antigo Templo em Jerusalém que ainda não havia sido reconstruído) permanece em ruínas?” (Ag 1).   
      A maioria do povo que veio com Sesbazar para Jerusalém, era constituída de israelitas, e uns poucos do reino de Judá (1Cr 9:2,3), e esta primeira tentativa de repatriar os israelitas e judeus para Jerusalém fracassou.

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    Uma segunda tentativa foi efetuada por Cambises e concluída no reinado de Dario I, entre 522 e 516, quando os israelitas liderados por Zorobabel reedificaram o segundo Templo.
Mas, setenta anos depois, em 446, Jerusalém estava em completa ruína (tudo indica que uma catástrofe cósmica destruiu com Jerusalém, novamente, conforme a profecia de Ageu e constatada por Neemias) (Ag 2:6,21 , Ed 3:8 , 4:24 , 6:1-15 , 8:17,18 , Ne 2:17 , 7:4).
     Ciro II deu o nome de Atossa a sua filha; este nome foi dado em homenagem a Hadassa, (nome judeu da rainha Ester), possivelmente mãe de Ciro II.
     Os persas eram formados das seguintes raças: persas, semitas, medos, gregos, armênios, egípcios, indianos. 
     Ciro II foi criado e educado pelos aquemênidas, descendentes dos gregos que formaram uma estirpe dinástica persa, no antigo Elão, na cidade de Ansã, distante uns vinte quilômetros de Susã, na Média.      
     Os aquemênidas (aqaiwasta) eram, possivelmente, os aqueus do Peloponeso, que junto com outras tribos europeias (etruscos, etc.) invadiram a Ásia Menor, por volta do ano 1200, e se estabeleceram na Lídia, na Média e no Elão.
    Também se diz que os aquemênidas tiveram como o primeiro rei da cidade de Anshan (Ansã), ao semi-lendário Aquêmenes (700-675), que era um rei do Egito.
    Virgilio, em seu livro “Eneida”, cita o nome de um grego, Aquêmenes, na guerra de Tróia, 1200-1183, como uma personagem que saindo de uma caverna, aparece e conversa com Enéias, (*115).

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 Cambises II

    Em 530, Ciro II morre em batalha, contra os massagetas, e seu filho Cambises II o sucede no trono da Pérsia (530-522), que deveria ser ocupado pelo príncipe herdeiro Bardya (Smerdes em grego).
     Bardya foi assassinado, segundo alguns, por esse seu irmão Cambises. 
     Gaumata, um mago (mágico), sublevou-se, apoiado por sacerdotes, em 522, fazendo-se passar por Bardya (Smerdes), e por oito meses o Império mergulhou numa grave crise dinástica.
     Cambises II vindo do Egito para a Pérsia soube que Gaumata sublevara-se e estava ocupando o trono, fazendo-se passar por seu irmão.
     Por ter ficado muito perturbado com essa notícia, Cambises II se suicidou, perto do monte Carmelo na Palestina.
     Sublevaram-se também, os reinos da Média, Elão e Babilônia.
     Estes reinos passaram a ser governados por “reis de mentira” segundo uma inscrição de Behistun.
     Isto pode indicar que eram, como Gaumata, magos ou mágicos, que se fizeram passar por outros reis já mortos.     
     Gaumata o “rei de mentira” estabeleceu-se em Babilônia, e tudo indica que ele reinou com o nome de Artaxerxes, e se não foi Gaumata, então foi o outro que passou a reinar ali, e isso explicaria a confusão que dá para situar os anos de Esdras e Neemias da cronologia bíblica em relação a cronologia histórica (Ed 4:7).
     Houve um Artaxerxes que reinou na Média, em 650 a.C., e que foi morto por Assurbanipal, rei da Assíria,  que é mencionado no Livro de Judite.
 Teria estes “reis de mentira” assumido como se fosse esse rei morto?

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Dario I
     Dario I filho de Hystaspes, sátrapa da Partia era casado com Atossa, filha de Ciro II, e sucedeu a Cambises II no trono da Pérsia (522-486), após subjugar a rebelião na Pérsia, em setembro de 522,  quando manda executar Gaumata.
E em dezembro daquele ano, Dario I põe fim ao levante, subjugando a Babilônia (*116).
     Daniel, em 539, teve uma visão onde quatro reis  reinaria na Pérsia, antes dela ser invadida e dominada por Alexandre Magno, rei da Macedônia e da Grécia (Dn 11:1-3).
     Estes quatro reis devem ser entendidos como quatro dinastias, pois, na Antiguidade, o pai, seu filho e seu neto, formavam um patriarcado. 

     São estas as quatro dinastias:

Primeira dinastia:
559-530 – Ciro II
530-522 – Cambises II

Segunda dinastia:
522-486 – Dario I Hystaspes
486-465 – Xerxes I, filho de Dario I
465-425 – Artaxerxes I Longimanus, filho de Xerxes I

Terceira dinastia:
424-404 – Dario II, filho de Oxos, sátrapa de Hircânia
404-359 – Artaxerxes II Mnemom
359-338 – Artaxerxes III Ochos

Quarta dinastia:
338-336 – Arses
336-331 – Dario III Codomanos

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ELÃO

   Elão foi o primogênito de Sem, e nasceu em 2450, no primeiro ano do Dilúvio, e  portanto, nasceu antes de Assur e Arfaxade (Gn 10:22 e 11:10).
   Elão habitou na terra de Sinear, depois atravessou o Eufrates e estabeleceu-se nas vizinhanças do rio Tigre, e ali  foi o patriarca dos elamitas.
     Elão possivelmente é o mesmo Quedorlaomer, rei do Elão, que Abraão feriu  matou em 2084 (Gn 14:1,17).

     Os israelitas quando foram para o exílio em 704 a.C., e depois os judeus em 598, se acasalaram com as mulheres elamitas, pois, como eles, eram semitas também.
     Disso, resultou mais duas famílias elamitas, uma de Israel e outra de Judá , e ambas tinham 1254 descendentes quando foram repatriados pra Judá, em 522 a.C. (Ed 2:7,31).
     Uma das ramificações da tribo dos benjamitas, de Eúde, foram levados para o cativeiro da Babilônia em 598, e habitaram em Manaate.
     Ali vamos encontrar um benjamita, Elão, que era filho de Sasaque, que depois, retornando do cativeiro babilônico habitou em Jerusalém (1Cr 8).   
Tudo indica que Mordecai, benjamita, pertencia a esse grupo, e que  também retornou para Jerusalém em 522 (Ed 2:2 Et 2:5-7).

ZOROBABEL

     Zorobabel era neto de Joaquim, rei de Judá, que estava no exílio em Babilônia.
     Joaquim tinha conhecimento do zoroastrismo (Mazdeismo) e aprendera os conceitos dessa religião com Daniel, que embora seguindo a Lei de Moisés, também era chefe de todos os sábios da Babilônia (Dn 2:48).
E Joaquim também aprendera com o seu amigo Evil-Merodaque rei de Babilônia, que diariamente o tinha à sua mesa para as refeições.
     Devido a uma admiração mutua desses reis, Joaquim possivelmente deu o nome de Zorobabel ao seu neto, como uma homenagem à religião seguida pelo seu amigo:
“Zoroastro de Babel” ou Zorobabel.  Babel era como se chamava a Babilônia.

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     Por esse tempo, na Mesopotâmia o judaísmo se confundia com o zoroastrismo, e foi necessária a intervenção dos deuteronomistas para fazer a distinção.

ZOROASTRO

     Zoroastro foi o fundador do zoroastrismo (Mazdeismo).
     Atualmente se convenciona situar o seu nascimento no século 7º a.C. mas, outros o situam entre 1500 a 1200 a.C. porque a linguagem usada nos “Gathas” assemelha-se à que era usada no Rig Veda que viviam na idade do bronze segundo a “Wikipédia”.
      Zoroastro disse que a Terra duraria doze mil anos e que no final de nove mil anos, se daria a segunda vinda do Messias.
      Quando disse isso, portanto, já se haviam passados três mil anos da Criação do homem (e isto situa Zoroastro, em 1107-1031, como contemporâneo dos sacerdotes hebreus: Eli e Samuel. 
      Este conceito de que a Terra iria durar 12.000 anos era própria dos israelitas, que possivelmente a herdaram de Melquisedeque.
      Zoroastro disse que a cada mil anos nasceria um Messias para guiar a Terra ao seus destino, num constante aprimoramento do “bem” que existia no ser humano.
     Os magos que foram adorar Jesus em Belém, proclamando-o rei dos judeus, e guiados pela estrela de Jesus desde o Oriente, possivelmente eram seguidores do zoroastrismo. 
      Se Zoroastro foi esse primeiro Messias (que, como Jesus, disse que voltará no fim dos tempos, para separar os bons dos maus), então, a segunda hipótese é de que ele tenha nascido em 1000 a.C. e assim, então, ele foi contemporâneo do rei Davi.
     O zoroastrismo até certo ponto era parecida com o judaísmo, mas por cultuarem os astros era uma religião idólatra.

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    Embora fosse classificada como uma religião monoteísta, na prática tinham dois deuses (dualismo):
O poder maior do bem, representada por Ahura-mazda, o deus da luz, e um menor, o poder do mal, Angromainius (Arimã), o rei das trevas.
     Os israelitas foram deportados para o território dos assírios e medos em 704 a.C. por Senaqueribe rei assírio (2Rs 17:6-34).
E poderia se deduzir daí, também, que o zoroastrismo tenha surgido nesse tempo.
     Mas, esta dedução pode ser levada para mais dois séculos além: ao tempo em que em Israel reinou Jeroboão I, efraimita (nebateu) de Zerede, cuja mãe era a viúva Zerua.
E ele instituiu o culto misto a Deus e a Baal, no reino de Israel (dez tribos que se separaram das tribos de Judá e Benjamim) e a toda a milícia celeste (astros).
E para esse fim, ele constituiu sacerdotes (1Rs 11:26, 12:25-31).
     Se nos aprofundarmos mais ainda no tempo, chegaremos aos danitas, que habitavam em Zorá e Estaol.
Dali partiram seiscentos danitas, fortemente armados e acamparam-se em Maané-Dã, nos arredores de Quiriate-Jearim.
     Estes danitas habitavam até então entre os judeus e casando-se com as filhas descendentes de Judá,  foram denominadas de zoratitas (1Cr 2:53).
     Em Zorá, por esse tempo, 1154 a.C. nasce Sansão, danita, que foi juiz em Israel, por vinte anos (Jz 13:2,25).
     Estes seiscentos danitas/zoratitas subiram ao extremo norte de Israel, até a divisa com os sidônios e arameus (atual Líbano e Síria) e tomaram a cidade de Laís dos sidônios e a chamaram de Dã.
     E ali, passaram a dar culto a uma imagem de escultura que tomaram a força de Mica, efraimita, e constituíram a Jônatas, manassita, e a sua descendência, como sacerdotes dos danitas e zoratitas (Jz 18:30).

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     Esta situação de desobediência a Lei de Moisés, que não permitia a idolatria e a nomeação de sacerdotes que não fossem levitas, deve ter perdurado até 704, quando foram deportados para a Média e Babilônia.
     Mas, também é possível que neste período, 1154-704, os danitas/zoratitas, ou parte deles, tenham se deslocado para a Babilônia e Média, por livre-arbítrio.
Esta parte, cultuou o deus Sucote-Benote (2Rs 17:30), que era o mesmo Sicute, que os seus antepassados cultuaram no Êxodo (Am 5:26).
     Na Média, a outra parte destes zoratitas, assimilaram as ciências astrológicas dos sacerdotes locais, e lhes ensinaram a sua religião.   
     Desta sincretismo religioso provavelmente nasceu o zoroastrismo, em que os magos, viriam a se constituir em sacerdotes-astrólogos desta nova religião.
     Zoroastro (Zaratustra) então, simplesmente teria compilado os conceitos destas duas formas de crença: o culto monoteísta dos israelitas e o  politeísta dos assírios e babilônios.

AGEU     
                                                                                            
     Dezesseis profetas de Israel e Judá profetizaram entre os anos de 783 a 520 a.C. período este, de grandes catástrofes cósmicas.
     Desses, quatro atuaram na época do cativeiro de Judá na Babilônia: Malaquias, Obadias, Habacuc e Ageu.
     Ageu, tinha conhecimentos astronômicos como os demais profetas,  assim como também os tinham os babilônios e elamitas, que ensinaram esta ciência a Daniel (Dn 1:4).
     Ageu profetizou que “ainda uma vez (mais) Deus abalaria o céu, a terra, o mar e a terra seca ... e que isso seria em breve”. (Ag 2:6,21-23).

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     Ageu, por dominar bem a astronomia, teve condições de prever o cataclismo cósmico que viria abater Jerusalém, antes de 459.
     Ageu tinha amplo conhecimento das questões sociais e políticas de seu tempo, e com isso influenciou Zacarias, e ambos pressionaram a Zorobabel, para que continuasse a edificar o 2º Templo, contrariando o embargo dessa obra pelo falso Artaxerxes, rei de mentira,  que usurpara de Cambises, o trono da Pérsia e se sublevara contra Dario I (Ed 4:5-24, e 5).
     Zacarias, companheiro de Ageu, presenciou muitos falsos profetas, vestidos de manto de pêlos (que se aproveitaram da confusão reinante no império Medo-Persa, onde os “reis de mentira” de Babilônia, Elão e Pérsia se sublevaram contra Cambises e Dario I em 522), enganando e assustando aos israelitas, em Judá.
     Zacarias os proibiu de profetizar, bem como todos que viriam depois deles, sob pena de morrerem pela espada de seus próprios pais.
     Essa proibição se cumpriu de 520 a 12 a.C. e ninguém mais em Israel profetizou até ao nascimento de Cristo, quando o outro Zacarias, pai de João Batista, profetizou (Lc 1 e Zc 13).  
    Entre 522-516 Zorobabel edificou o segundo Templo e os muros de Jerusalém. Setenta anos depois, em 446 a.C. Neemias passou a reedificar Jerusalém.

NEEMIAS E A PROFECIA DE AGEU

     Em 446, Neemias chegou a Jerusalém e todas as portas estavam queimadas e as pedras destes muros viraram montões de pó por terem sido queimados.
     Neemias, ainda em Susã, na Média, a mais de dois mil  quilômetros de Jerusalém, sabia do “fogo” que destruiu com estes muros e queimou as suas portas.

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     Se os tampões das portas estavam queimados por que então pediu madeira só para as vigas que sustentavam estes tampões?
     Nem todas as vigas precisaram ser trocadas, mas, somente aquelas que estavam  podres e bichadas, e não consta que elas estivessem queimadas, tão somente estavam os tampões.
     As antigas pedras do muro viraram pó, queimadas que foram por aquele “fogo” anormal (Ne 2:8-17 , 4:2).
     Que “fogo” era este?
     Um fogo normal teria reduzido a pó, as portas e as vigas, deixando as pedras apenas chamuscadas.
Então, somente um fogo anormal, como o de um raio interplanetário (atômico) poderia dar esse resultado.
Os tampões das portas ficaram cauterizados por esse fogo estranho, e esta cauterização os conservou imunes ao tempo e aos cupins.
     Já as vigas de muitos  portões estavam deterioradas, por não estarem  inteiramente frontal à ação desse raio ou “fogo”.
     Algumas portas foram consumidas por esse fogo (Ne 2:13).
     Neemias ficou sabendo desse prodígio em Susã, através de  seu irmão Hanani e outros judeus que o acompanhavam, moradores de cidades em Judá, circunvizinhas a Jerusalém, que estava desabitada, pois, não havia até então, casas edificadas  ali (Ne 1:2,3 e 7:4).
    “A cidade (Jerusalém) era espaçosa e grande, mas havia pouca gente nela, e as casas não estavam edificadas ainda.
     Os príncipes do povo (patriarcas, cabeças de família) habitaram em Jerusalém, mas o seu restante deitou sortes para trazer um de dez (10%) para que habitasse na cidade santa de Jerusalém; e as nove partes (90%) permaneceriam em outras cidades.
 O povo bendisse todos os homens que se ofereciam voluntariamente para habitar em Jerusalém” (Ne 7:4 e 11:1,2).

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     Jerusalém estar desabitada é estranho, pois, em 536 Sesbazar e uma turba de judeus foram para lá.
E em 522, Zorobabel fez o mesmo, e a multidão que o acompanhava era maior ainda (Ed 1:11 , 5:2,16).
     A maioria destes judeus repatriados, certamente optou por morar em Jerusalém, e certamente também construíram casas de pedra.
     Sendo assim, como poderia esta cidade ter virado pó?
     Os escombros de pó das pedras que foram queimadas era tanto, que desfalecia as forças dos carregadores que trabalhavam na sua reconstrução (Ne 4:2,10).
     Possivelmente esta catástrofe cósmica atingiu um círculo com um raio de dez quilômetros do centro de Jerusalém, e muitas pedras deste círculo ficaram inutilizadas parcialmente
(muito semelhante ao que aconteceu em Sodoma, em 2060).

     A procura dos moradores por madeira foi de tal monta que o rei pôs Asafe como guarda de suas florestas de madeiras na Palestina.
     Neemias tomou todas as providências, ainda em Susã, para que o rei lhe concedesse uma autorização para retirar madeira dessa mata, a fim de edificar uma casa para si, para as vigas 
das portas, e para os muros da cidade (escoras )( Ne 2:7,8).

    Os judeus não estavam habitando em Jerusalém, porque estavam em condições de miséria, e com isso, não tinham como comprar a madeira.
Ficaram nas vilas e cidadezinhas ao sopé dos montes, onde era possível obter pedras para edificar as suas casas (Ne 5).
     A profecia de Ageu, sobre esta catástrofe que arrasou Jerusalém, consumou-se antes do sétimo ano do reinado de Artaxerxes I, na Pérsia, em 459 a.C. conforme esse rei menciona, na carta que deu a Esdras, onde diz:
“para que haveria grande ira de Deus sobre o seu reino?”

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     Deve ter ocorrido, esta catástrofe só na Palestina. E esse rei autorizou Esdras a reconstruir o Templo, destruído parcialmente em Jerusalém (Ed 7:23 , 8:36).
    Temeu esse rei que essa “ira de Deus” se alastrasse por outras cidades de seu Império.
    Que ira era essa? - Era Vênus em seu 456º ciclo octogonal.

Reformas Religiosas e do Calendário

     Desde 3843 a.C. quando Enos, aos trinta anos, começou a invocar o nome do Senhor (Gn 4:26), a crença do homem em Deus, passou a ter também um conceito astral.
     Como não podia mais ver Deus face a face (Êx 33:20), por causa do pecado, passou a sentir a Deus através do seu poder e presença nos astros e na natureza (Rm 1:19-23, 1Co 1:21).
     Por isso, os israelitas o chamaram de Deus dos Exércitos, exército este que era composto das milícias (astros) celestes, onde Deus conhecia a cada astro e lhes dava nomes (Is 40:26).
     Sem, chamou a Deus de Altíssimo, e Isaque o chamou de Temor (Gn 14:20 e 31:42,53), e estes dois nomes expressam um conceito concreto, e não abstrato ou sobrenatural como é hoje.
      Sem (Melquisedeque), percebia o poder de Deus em um astro (Vênus) que estava  muito alto nos céus, ALTÍSSIMO, da mesma forma, como Isaque sentia o TEMOR de perder os benefícios deste Deus, ou, o temor das perturbações que este astro provocava na Terra, sem deixar de crer e perceber, que era o poder de Deus que estava por traz deste astro (Gn 14:18, 31:42,53).
     Que astro era esse? – Vênus (a brilhante estrela da manhã), que causavam perturbações à Terra.
     Enquanto a maioria dos povos caminharam para um conceito definitivo de que deveriam cultuar e adorar ao Sol, Lua e Vênus, bem como aos demais astros,  adorando a criatura e não ao Criador (Rm 1:18-28), os israelitas permaneceram no culto e na adoração ao Criador, embora vissem esse poder de Deus também nos astros.

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      Para que os hebreus se mantivessem neste conceito, foi lhes dado patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó), profetas e a Lei de Moisés, a fim de lhes ensinar a sã doutrina, até ao advento do Messias.
      Mas, este caminho não foi nada fácil, pois, os israelitas sofreram ao longo do tempo, a forte influência dos povos idólatras ao seu redor.
    Se contrapondo à estas idolatrias, várias reformas foram feitas de 712 a 446 a.C. Sendo as mais destacáveis as do rei Ezequias (712-684), a do rei Josias (638-608) e a dos “deuteronomistas”, nos séculos 5º e 4º a.C.
    O zoroastrismo propagado através dos reis, Ciro II e Dario I, em todo o Império da Média e da Pérsia, do qual a Babilônia, a Palestina e Judá faziam parte, penetrou profundamente no judaísmo e depois por consequência no primitivo cristianismo.
     E o conceito de dois poderes, o do bem e o do mal, passaram sutil e paulatinamente, a fazer parte da tradição judaica, a partir das reformas deuteronomistas que lhes proibiam isso.
      Os israelitas, embora ensinados a acreditar que todo o poder emana de Deus, tanto o bem como o mal, não se mantinham firmes nesta doutrina, e volta e meia caiam na promiscuidade espiritual com os ímpios e também idolatravam.
     Percebe-se o esforço dos profetas para manter o seu povo firme em sua fé de um Deus único em diversas passagens das Escrituras:(Gn 3:22, Jó 2:10 e 42:11, 2Sm 24:14-17, Am 3:6 e 9:4, Jn 3:10,  Jr 21:10, Lm 3:38, Mq 2:3, Zc 8:14).
     Deutero-Isaías, profeta anônimo cujos livros foram arrolados juntos ao do verdadeiro Isaías, que morrera cem anos antes desse, disse que Deus cria o mal (Is 45:7) e para esse fim criou o “assolador” para destruir (Is 54:16).

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E aí já se percebe uma coerência na doutrina monoteísta de um único Deus, propagada mais fortemente por Moisés no Êxodo, sem entretanto, deixar-se de reconhecer o mal também nas criaturas criadas por Deus, a mando de Deus.
      Nos dias dos deuteronomistas já não era só de Deus que provinha diretamente o mal, mas, de uma criatura que Deus criou para esse fim: o assolador.
      Quem era este “assolador” deste deutero-Isaías?
– Para ele este assolador era Vênus, a Estrela da Manhã, que debilitava as nações e assolava as cidades (Is 14:12,17).
     Deutero-Isaías se equivocou  neste capítulo ao não separar esta Estrela da Manhã (Vênus) com a cauda que seguia Vênus, que eram os destroços do planeta X4, destruído por Vênus no 19º ou 18º séc. a.C. e que era chamada de Set pelos egípcios, de Apep pelos hicsos, e de Satã, Satanás e Azazel pelos israelitas.
     Com os deuteronomistas, iniciou-se um período que culminaria, em 446, através de Esdras, Neemias e outros anônimos, com a ortodoxia judaica onde até a menção aos astros, como uma manifestação de Deus, foi taxado de idolatria e abolido do seu culto (Is 47:7-13), ficando só na tradição.
Mas tal crença dualista permaneceu na tradição oral e oculta judaica (exemplo disto é o livro da Cabala, que deu bases concretas ao ocultismo milenar judaico no 3º século d.C.).
     O Livro da Lei de Moisés foi achado no Templo, entre 638-608, no reinado de Josias, 770 anos depois da morte de Moisés.
     Não se pode afirmar com segurança sobre até que  ponto Moisés era flexível e tolerante para com um culto às milícias celeste.                                                                                                           
     Cinquenta anos depois de Josias, este Livro começou a ser atualizado linguística e conceitualmente pelos deuteronomistas, escribas, que se encontravam em Jerusalém, entre 598-434 a.C.

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     Estes escribas eram ferrenhos defensores de um monoteísmo ortodoxo e inflexível; e desse  ortodoxismo nasceu a religião judaica.
     Esse radicalismo foi a forma encontrada pelos doutores da Lei, os deuteronomistas, para fazer frente a crescente absorção da religião judaica pelo Mazdeismo (ensinada por Zoroastro) e contra as outras religiões idólatras da Mesopotâmia. 
     Deutero-Isaías se opunha as demais religiões, principalmente a da Babilônia, por causa de sua idolatria e bruxarias (Is 47).
     Ele relata que os babilônios se referiam a si mesmo (ou a Vênus?) como “Eu sou, e além de mim não há outra” (Is 47:8-13).
     Este movimento autógeno, “Eu sou...” é o mesmo que Cristo e Deus dizem de si mesmo (Jo 8:58, Êx 3:14).
     O verdadeiro Isaías era vidente (profeta), exímio conhecedor de astronomia (astrologia), e por consequência, não poderia desprezar outros videntes que tinham o mesmo dom que ele possuía, de astronomia, como os babilônios.  
      Isaías foi serrado ao meio e morreu aos cem anos de idade, por volta de 653 a mando do rei Manassés.
     Este verdadeiro Isaías não viu a ascensão e a queda  do rei da Babilônia, Nabucodonosor II (605-563) e a de Ciro II, rei do império persa (559-530) nem viu  em 563 a.C. a mudança da órbita de Vênus a “Estrela da Manhã”, quando Vênus passou de cometa para planeta. (Is 14:12-15).
     Quem viu isso foi o deutero-Isaías, um escriba que teve os seus escritos juntados aos de  Isaías,  nos séculos V ou IV a.C. e que desprezava os sacerdotes astrônomos da Babilônia (Is 47).
     Estes sacerdotes-videntes da Babilônia possuíam, em sua época, um excelente conhecimento astronômico, segundo o que se sabe hoje, devido às últimas descobertas científicas  (*096).

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     As reformas do calendário israelita iniciaram-se no primeiro ano do reinado do rei Ezequias, em 712 a.C., quando então, este rei passou a festa da Páscoa para o segundo mês (2Cr 29:3, 30:2,10).
     Afirma o Talmude, escrito por volta do ano 300 d.C. que Ezequias também dobrou o 12º mês daquele ano (*038). 
     Este sistema de adicionar um mês Adar intercalado é conservado no calendário israelita até hoje.
    Estas reformas tiveram prosseguimento no 5º séc. a.C. com os deuteronomistas que ao reescreverem o Pentateuco bíblico estenderam esta reforma também ao calendário, revisando-o desde essa sua época  até ao início do Êxodo em 1443 a.C.
    Em 955 a.C. a diferença entre o ano lunar e o ano solar, passou a ser de 180 dias (total acumulado de 480 anos).
     No primeiro dia do sétimo mês, iniciava-se o ano solar, e no primeiro dia do primeiro mês do ano, iniciava-se o  ano lunar. Isto explica porque a “Festa dos Tabernáculos” que deveria ser festejada logo após a Páscoa, no primeiro mês,  passou para o sétimo mês (ver Templo de Salomão, neste livro).
     Há também, uma diferença de 8,5 dias, pois, conforme o texto reformado dos deuteronomistas no 5º séc. a.C. a festa dos Tabernáculos era uma festa equinocial celebrada durante os últimos sete dias do ano, antes do Ano novo, que caia no décimo dia do sétimo mês, ou o dia do equinócio outonal, quando o Sol nascia exatamente a leste e se punha no oeste (Êx 23:16,  34:22)  (*063).

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ISAÍAS

    Isaías baseado em experiências vividas e em conhecimentos profundos de astronomia (*117), pôde prever que:
  “Eis que o Senhor vai devastar e desolar a Terra, vai transtornar a sua superfície... porque as represas do alto se abrem, e tremem os fundamentos da Terra...
A Terra será toda quebrantada, se romperá, se moverá violentamente, cambaleará como um bêbado e balanceará como rede de dormir...” (Is 24:1,18-20)... “Deus fará estremecer os céus e a Terra seria sacudida de seu lugar” (Is 13:13).
     Anteriormente a estas previsões de Isaías, Deus tinha adiantado e depois retrocedido a sombra do Sol, em dez graus, nos dias de Acaz e Ezequias (Is 38:8 , 7:11,12 , 2Rs 20:9-11).
     E nos dias de  Jó (Jó 9:6.7) que pergunta “quem move a Terra para fora do seu lugar, cujas colunas estremecem; quem fala ao Sol, e este não sai, e sela as estrelas...”
     Isaías disse aos moradores de Jerusalém, que Deus daria estabilidade aos tempos de Sião, e se disse que Deus daria é porque não estava havendo. 
     As estradas estavam desoladas e ninguém se animava a passar por elas... a Terra gemia e desfalecia... não havia folhas nas árvores de Basã e Carmelo. Sarom estava deserta e as demais cidades desprezadas, pelo medo de se habitar nelas, devido a tremores e do fogo devorador.
     Fogo este que não era normal, mas de origem desconhecida,  e por isso chamado de chamas eternas (Is 33:3-14).
     Se estas cidades desprezadas tivessem sido queimadas por fogo comum, não se as desprezaria, mas, seriam reconstruídas de imediato.
     Este fogo anormal queimava as pessoas como se queima o cal (vs. 12), por um intenso calor (que transmuta a configuração dos átomos: radiação).
     Este cenário descrito por Isaías, assemelha-se a devastação nuclear das cidades japonesas de Iroshima e Nagasaki.

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     Isaías começou a profetizar logo após a morte do rei Uzias, em 731, quando tinha 30 anos (Nm 4:3). Isaías nasceu em 760, e tinha 14 anos em 747, quando viu a destruição de Jerusalém.
Segundo a tradição, Isaías morreu aos 100 anos, em 660 a.C., ao ser serrado ao meio do seu corpo, por ordem do rei Manassés.
     Isaías descreve, em parte, o que ocorreu, e profetizou nova destruição de Jerusalém (que veio a ocorrer em 459) , (Ed 7:23 , 8:36).
     Na destruição e reconstrução de Roma, em 747-715, Marte veio em socorro desta cidade, e combateu vigorosamente a Vênus, embora inutilmente.
A partir daí, Marte passou a ser o deus nacional dos romanos, também chamado de “o deus da guerra”.  
      Roma já existia desde o ano 1000 a.C., fundada que foi por Enéias.
      Também Jerusalém foi destruída, por volta de 747, e Marte passou a ser o arcanjo Gabriel, e Vênus permaneceu como o arcanjo Miguel.

    Disse Daniel ao rei Nabucodonosor II:
“Ele muda os tempos e as estações” (Dn 2:21), numa  clara alusão de que tinha havido uma anormalidade na quantificação dos dias do ano, e nas estações do ano, bem como, na periodicidade do movimento dos astros, desde os dias do rei  Uzias, em 747 a.C. e também nos dias dos reis Acaz e Ezequias (723-681); e nos dias dos profetas Jeremias e Ezequiel, em 594.

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