sábado, 22 de outubro de 2011

Abraão: benção ou maldição

Benção e Maldição

    Uma característica destacada na Antiguidade,  entre muitos sacerdotes e profetas de Israel, é o poder que tinham para abençoar ou amaldiçoar coisas e pessoas.
    Vemos isso, esse poder, também entre os não vinculados a Israel, como foi o caso de Balaão (Nm 22:6,12) e de Jó, que eram horeus e não israelitas.
     O princípio deste ato de abençoar e amaldiçoar estão nos primórdios da criação do homem, e pertence a todos os semitas.     Sem (Melquisedeque) que foi sacerdote do Altíssimo, e teve esta prerrogativa.
     A primeira maldição foi proferida pelo próprio Deus contra
a serpente e a terra no jardim do Éden. Depois, Deus amaldiçoa a Caim por ter assassinado ao seu irmão Abel.
    Depois, Noé amaldiçoou ao seu neto Canaã, pelo desrespeito que Cam lhe fizera, e bendisse o Deus de Sem.
    Depois, Deus promete a Abraão: “abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra”
(Gn 3:14,17 , 4:11 , 9:20-27 , 12:3).
     O profeta Eliseu amaldiçoou, em nome do Senhor, a quarenta e dois  rapazinhos que zombavam dele, e duas ursas saindo do mato trucidaram-nos (2Rs  2:24).    
     Jesus 1400 anos depois de Balaão, também amaldiçoou uma figueira e ela secou (Mc 11:12-14,20,21); e para que propósito serviu isso, se não para confirmar que os seus seguidores, de Cristo, tem também esse poder? Mas antes desse poder os cristãos tem a obrigação de amar o seu próximo.
     O cristianismo absorveu esse poder dos semitas, mas de modo mais ameno, quando Jesus da autoridade para os seus discípulos de ligarem e desligarem pessoas do reino de Deus (Mt 16:19 , 18:18).
              
 Abraão, a benção ou maldição de Deus, sobre todas as nações

     Naor (2258-2110) gerou a Terá (2229-2024) e Terá gerou a Abraão (2159-1984 a.C.).
     Naor era de Ur na caldéia.
    Em Ur reinou o camita Sargão I, e sua dinastia durou duzentos anos (2280-2080 a.C.).    
    Sargão I, descendente de Cam (filho de Noé), pelo ano 2280 fundou ao norte de Ur, a cidade de Acade, e se tornou o mais poderoso rei da Antiguidade remota, ao dominar toda a Mesopotâmia. Possivelmente ele era o Ninrode bíblico (Gn 10), que fundou o império dos sumérios.
    Acade situava-se na terra de Sinear, habitada pelos sineus
(adoradores de Sin, o deus da Lua), onde foi construída a torre de Babel (Gn 11:2 e 1Cr 1:15).
    Sargão introduziu em Ur, o culto a Nanar, o deus da Lua (Nanar é um nome mais antigo da Lua, do que Sin).
    Ele nomeou sua filha, como a sumo-sacerdotisa de Nanar, odeus-lua (casado com a deusa-lua Nin-Gal) nesta cidade de Ur.
    Esta sacerdotisa, cujo nome era Enheduana, compôs 42 hinos em homenagem a Inanna, a deusa de Vênus (séculos depois chamada também de Ishitar, Astarote e Anat na Bíblia).
    Diz a lenda que Inanna se apaixonou por Tamuz. Tendo ele morrido, esta deusa desceu ao abismo para o resgata-lo do reino dos mortos a fim de que ele pudesse dar vida à humanidade.
   Quando os israelitas retornaram do cativeiro da Babilônia, em 538 a.C., “Tamus” também passou a ser o nome do quarto mês do calendário sagrado israelita.  
    Anna (latim) ou Hannah (hebraico) significa “graça”. 
    Esta graça aparece na história de Israel fertilizando suas mulheres estéreis. Como exemplo citamos:
    Ana, mulher de Elcana, que era estéril, depois de orar ao Deus de Israel, e ser abençoada pelo sacerdote Eli, concebeu o profeta Samuel e vários outros filhos (1Sm 1).
    Santa Ana, era idosa e estéril. Seu marido, Joaquim, foi para o deserto orar para que ela concebesse, e, lhe apareceu um anjo do Senhor e confirmou sua precatória, e sua mulher concebeu a Maria,  a mãe de Jesus (proto-Evangelho de Tiago).
    A expressão hebraica  Hoshana ou Hosana em português, significa “salve-nos” e foi dita pela multidão judia que aclamou jubilosamente a Jesus como seu rei (Jo 12:13), mas, esta expressão originalmente tem o sentido de pedido de socorro.
Os israelitas assim a usam, como um pedido de socorro, em suas orações diárias, por sete dias,  durante a preparação da Festa dos Tabernáculos (Sucote). A origem desta festa está no Êxodo, na saída dos hebreus do Egito, quando Vênus, por 40 anos  causou enormes destruições na Terra.
  “Salve-nos” ou “Graça” tem, em suma, o mesmo objetivo nos casos especificados acima;  bem como a raiz  de Hosana, “ana” nos nomes de Inanna ou Anat .
     Constata-se aí, a antiguíssima tradição suméria da “graça” de Inanna (a deusa de Vênus), o seu socorro e a fertilidade gerada dela, da qual os antigos israelitas e os primeiros cristãos nunca se apartaram.
   Nara-Sin, neto de Sargão I, era rei de Ur e foi contemporâneo de Abraão. Em seu reinado o seu império atingiu o zênite.  
Depois declinou com os governantes subsequentes .
    Terá (2229-2024 a.C.), Abraão, Sara e Ló conviveram pacificamente em Ur com os camitas de Sargão I e sua dinastia.
    Em 2080 os gutas vindos do norte puseram fim ao reinado dos camitas em Ur, obrigando Terá e sua família a irem para Harã. Os gutas eram elamitas-semitas, cujo rei era Quedorlaomei, rei do Elão (Gn 14:1).
    Em 2084 a.C. Abraão, aos 75 anos de idade sai de Harã e vai para Canaã (Gn 12:4) porque se recusava a adorar aos ídolos pagãos. Harã também foi dominada pelos gutas.
    Deus ordenou a Abraão que saísse de Harã e fosse para Canaã, e lhe prometeu:
    “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te  amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:3).
     Deus novamente renova esta promessa a Abraão, de abençoar a todos aqueles que abençoarem a  Abraão e à sua descendência (os israelitas e os cristãos), porque Abraão não negou sacrificar o seu filho Isaque a Deus (Gn 22:18).
     Abraão tendo chegado a Canaã aceitou a Sem (Melquisedeque) como sacerdote do Deus Altíssimo, e lhe pagou o dízimo (Gn 14:18).
     Quem era este Deus Altíssimo de Sem ou o Deus Temor de Isaque ?(Gn 31:42, 53).
    Abraão, em 2059 a.C., quando ele tinha cem anos de idade recebe a Jesus o “Cristo de Deus”, ceia com ele (Jo 8:58), e ele lhe promete um descendente (Gn 17:17, 18:1), e Abraão gerou a Isaque. Neste mesmo ano, os dois anjos do Senhor (Vênus e Júpiter) destruíram com Sodoma e Gomorra (Gn 19:13), no 257º ciclo octogonal de Vênus/Terra.
    É a partir de Isaque, filho de Abraão (2060 a.C.), que começa o povo israelita; mas sua religião só se estabeleceu com Moisés, no Êxodo, em 1443 a.C. (Êx 18:12,20,24), bem depois de outros povos semitas que seguiam os ensinos de Melquisedeque.

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           Corpos celestiais e corpos terrestres.

  “ Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres.
Uma é a glória do sol, outra, a glória da lua, e outra, a das estrelas; porque até entre estrela e estrela há diferença de esplendor”  (1ºCoríntios 15:40,41).

Até o 4º século a.C. não havia distinção entre astros, a não ser pela sua grandeza e luminosidade.
Sol, estrelas, lua, planetas, asteroides eram tudo chamados de astros.
Foram os gregos os primeiros a classifica-los e distinguilos conforme a terem ou não luz própria; e a serem ou não o centro de uma comunidade de astros, em que tais astros circulavam a sua volta.
Estas classificações passaram a ser aceitas na Judéia, em torno do ano 50 d.C. conforme se presume deste ensinamento de Paulo citado acima.

Os povos da Antiguidade, tanto os judeus (e os primeiros  cristãos) quanto os gentios (pagãos) acreditavam que os astros (Sol, Lua, planetas, estrêlas) tinha vida anímica  (dotados de alma e capazes de agir segundo uma finalidade).

Os gentios (pagãos) consideravam estes astros como deuses,
já os judeus e os primeiros cristãos, os tinham como anjos de de Deus.

Os principais anjos para os judeus e os primeiros cristãos eram  sete: o arcanjo Miguel (Vênus), Gabriel (Marte), Rafael (Saturno), Uriel (Seth, Apep: planeta destruido X4), Baliel (Júpiter), Ithuriel (Mercúrio), Amitiel (Netuno). 
  
Tais astros ou "anjos do Senhor"  desciam a Terra, travestidos de homens alados (corpos espirituais) para uma determinada missão, como vemos na Bíblia, por exemplo: quando Gabriel toca e fala com Daniel (Dn 9:21, 10:12) e quando Miguel e Gabriel falam com Cristo (Dn 12:5-7).
O anjo Gabriel falou com o sacerdote Zacarias  e depois foi levar as boas nova à Maria, mãe de Jesus (Lc 1:11, 26).
 O Senhor Deus (Cristo Jesus) e mais os dois principais anjos seus, Miguel e Gabriel, apareceram e falaram com Abraão, travestidos de homens espirituais (Gn 18:2).

Até ao cativeiro babilônico os judeus não tinham nomes definidos para estes sete anjos, como os tinham os babilônios. Depois do exílio, passaram a nominar os seus anjos e identifica-los com os planetas, na tradição judaica.
Os deuteronomistas (sacerdotes e escribas judeus) foram os responsáveis por uma forte oposição à astrologia e a numerologia dos povos gentios (pagãos) a partir do 5º séc. a.C., pois, corriam o risco de o judaismo ser engolfado pelo zoroastrismo (a religião oficial do Império Persa), e conservaram somente as designações Miguel, Gabriel e Rafael nas Escrituras Sagradas, sem relaciona-las com os respectivos planetas.

  E para isso, basearam-se no Pentateuco (os cinco primeiro livros da Bíblia, chamados também de Torá), das quais as principais passagens sobre isso é Dt 17:3,  Lv 26:30  que proibia os judeus de consultarem os astros e de fazerem prognósticos e adivinhações, como resultados destas  consultas.

 Deus não proibiu o estudo astrônomico. Deus proibiu foi o culto, a adoração e a consulta (o falar e ouvir) aos astros.

Na Antiguidade a astronômia era chamada de astrologia. E nesta astrologia misturavam-se a "lógica" ou a razão do movimento dos astros, com a religiosidade e a história.
Hoje, há diferença fundamental entre Astronômia e Astrologia.
E é esta Astrologia praticada hoje  (quiromância, necromância, tarô, prognósticos, adivinhações, bruxarias, paranormalidade, telepatia,  etc.) e que no passado estava misturado com a ciência astronômica, que Deus proibe e condena.

Querubim é um dos anjos mais brilhantes, simbolizado no firmamento pelo astro que mais brilha, depois do Sol e da Lua, visto da Terra, que é a Estrela da Manhã  ou Vênus (Noga).
Esta era a estrela de Jesus, que também era chamada de estrela de Jacó,  estrela de Davi, e Miguel  pelos israelitas (Mt 2:2, Ap 22:16, Nm 24:17, Jó 38,6,7, Is 9:2, Lc 1:79, Dn 10:13 , 12:1).
O caminho ou o tempo de vida que o homem tem para  crer em Deus e conhecê-lo está estipulado entre 1-80 anos (Sl 90:9-12).
Este também é o tempo, de 75 a 79 anos, que o cometa Halley descreve a sua  órbita, em torno do Sol.
Ele é espada revolvente, a que guarda o caminho da árvore da vida (Gn 3:24).

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