quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Jesus nasceu no ano 13 a.C.

NATAL: JESUS NASCEU SEIS DIAS ANTES DA PÁSCOA.

Jesus fazia aniversário no dia oito de abibe ( março/abril), seis dias antes da Páscoa, conforme o que se deduz dos evangelhos. (Lc 2, Jo 12):

 “Quando ele atingiu os doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa (da Páscoa).” (Lc 2:41,42)

 Os preparativos da festa da Páscoa, em Jerusalém, começavam em 10 de abibe. No dia 14 era a Páscoa.
 Do dia 15-21 era a santa convocação. No dia 16 iniciava-se a semana dos pães asmos (Dt 16:5-8, Êx 12).

 Jesus atingiu a idade de doze anos no dia 8 de abibe e estava apto para subir de Nazaré na Galiléia para Jerusalém, como de fato subiu com seus pais.
 Esta viagem a pé e em lombos de burros deve ter demorado de três a cinco dias, pois eram 120 km de subida de montes, mas, certamente chegaram a tempo de prepararem a Páscoa.

  “Segundo o costume da festa” era recomendado que não se levassem a Jerusalém, nesta ocasião da Páscoa, menores de doze anos, a fim de que não se extraviassem, porque esta cidade que tinha cerca de 120.000 habitantes, ficava atulhada de peregrinos e sua população subia para mais de dois milhões de pessoas, segundo o historiador Flávio Josefo.

 As cidades circunvizinhas a Jerusalém, como Belém, Betânia, Anatote, Geba, Micmas, Mispa, etc., ficavam também superpovoadas, pois além dos moradores naturais da terra, acolhiam os parentes, e estrangeiros e peregrinos excedentes da festa da Páscoa em Jerusalém.
  Isto também aconteceu quando Jesus nasceu, ao ponto de sua mãe, Maria, ter que concebê-lo numa estrebaria de Belém (também naquele ano, coincidentemente, se realizava o recenseamento).

 E também aconteceu na semana que antecedeu à sua crucificação, quando então, Jesus ia e vinha naquela semana, entre Betânia e Jerusalém (Mc 11:1,11,12,15,20 e 14:3,13,17,26,32).

 SEIS dias antes da Páscoa, os amigos de Jesus: Marta, Maria, Lázaro e os apóstolos deram uma ceia à ele, e lhe deram de presente e o ungiram com uma libra de bálsamo puro, que era de muito valor (Jo 12:1-5),
 era a data de seu ANIVERSÁRIO.
  Judas Iscariotes, o que viria a trair Jesus, sendo o tezoureiro do ministério de Jesus, por ser ladrão, resmungou, e dentro de uma falsa misericórdia para com os pobres, disse: Por que não se vendeu este perfume por 300 denários e não se deu aos pobres ?
Respondeu-lhe Jesus:
 “...Os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes” (Jo 12:4-8).

  Isto é uma alusão de que naquele dia Jesus estava fazendo aniversário, e comemorando com eles, e isto era mais importante do que qualquer outra coisa.

  Depois, na véspera da Páscoa, Jesus ceia com os seus discípulos, era o dia dos pães asmos, ao qual Jesus ansiara, para comer aquela Páscoa com eles, antes de sua crucificação (Lc 22:1,7,15).

 João e Lucas, por sabedoria, mencionam subjetivamente a data natalícia de Jesus como sendo seis dias antes da Páscoa, ou, aproximadamente entre seis a dois dias (Jo 12:1-5 e Lc 2:42).
 Segundo Lucas, este nascimento se deu na primavera (no hemisfério norte a primavera transcorre de 23 de dezembro a 22 de março), antes do inverno, pois, os pastores ainda estavam no campo, e por isso as estrebarias estavam vazias e puderam acolher Maria e José. E Maria ali deu a luz a Jesus, e o pôs numa manjedoura.
 A Páscoa se realiza já quase no fim da primavera.
 O anjo do Senhor deu a notícia do nascimento de Jesus aos pastores que viviam no campo e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite (exceto no inverno, quando ocupavam as estrebarias com o seu gado) (Lc 2:8-14).

O Natal em 25 de dezembro era uma festa dos pagãos romanos, e era dedicada ao nascimento do seu deus Sol. Deus abomina todos os ídolos mas, principalmente esta festa de culto ao sol (Lv 26:30).
 Os pagãos da Síria, nos dias 25 de cada mês, ofereciam holocaustos a seus deuses (1º Macabeus, 1:62).

 Também não poderia ter sido o nascimento de Jesus, porque era inverno e nesta estação os pastores não ficavam com seus rebanhos no campo, mas traziam-nos para a invernada nos estábulos.
 Se fosse a invernada do rebanho, nem na estrebaria haveria lugar para Jesus nascer, disse Adam Clarke.
 
QUIRINO E O ANO DO NASCIMENTO DE JESUS

  Lucas diz que Jesus nasceu quando Quirino era governador da Síria.
 Quirino era uma alcunha dada a Rômulo, rei de Roma, 747-715, que o historiador Plutarco reconhecia como um significado de Marte.
 Muitos proeminentes cidadãos do império romano utilizaram-se desta alcunha “Quirino”.
 Segundo alguns historiadores, Quirino, antes de ser governador na Síria em 6 d.C. (Lc 2:2), foi adido militar romano na Judéia entre 14 a 13 a.C. e ajudou o rei Herodes o Grande a fazer o primeiro recenseamento ou inventário populacional em Israel.
 Neste tipo de recenseamento “census” as pessoas tinham que dirigir-se as suas cidades natais.
 Diferente, portanto, do “cens” que era um cadastramento fiscal em que se cobrava o imposto nos locais onde as pessoas residiam, e não importava se tinha ou não nascido nelas, como foi o caso quando Jesus e Pedro pagaram este imposto “cens” em Cafarnaum (Mt 17:24-27 , 22:15-22).

 Nem César Augusto, nem Herodes, nem Quirino governador da Síria, ocupados que estavam na gestão do Estado, iriam se envolver em tarefas menores, como um recenseamento; mas, Quirino enquanto adido militar tinha condições para isso.
 O historiador Flávio Josefo diz que tão logo Quirino promoveu o cens ou cobrança de imposto na Judéia, em 6 d.C., explodiu levantes de vários grupos judaicos, entre eles o de Teudas e seus quatrocentos homens e o de Judas Galileu (At 5:36,37).
 Por causa disto, Arquelau foi deposto e sua tetrarquia passou à administração direta de Roma, que a governou através de procuradores; e o primeiro nomeado foi Copônio em 6 d.C.
 Quirino foi governador em 6 d.C. e não podia ter havido um inventário populacional, pois a Judéia estava num caos.
 Além disto, Herodes o Grande, e não o tetrarca Arquelau, era o rei da Judéia (Lc 1:5, Mt 2:1).
 Com base neste census, ou inventário populacional, ocorrido entre o ano 14/13 a.C. o rei Herodes teve condições de saber quem tinha menos de dois anos de idade em Belém (Mt 2:7,16).

  Justo Pérez de Urbel, 1895-1979, beneditino, professor de História Medieval na Universidade de Madrid, diz em seu livro “Nascimento de Cristo” que Sulpício Quirino, segundo os anais de Tácito, foi duas vezes governador da Síria, e o seu primeiro consulado se deu em 12 a.C. Quirino foi preceptor de Gaio César, sobrinho do imperador César Augusto.
 Foi valente guerreiro, combatendo os rebeldes homônades e vingando a morte de Amintas (37-25 a.C.), tetrarca da Cilícia (que fazia parte do legado da Síria).
 Quirino foi governador na Armênia e prestou inestimáveis serviços ao Império.
 Tertuliano, cristão de Cartago, foi notável jurista em Roma, além de historiador e diz em seus livros, que este recenseamento efetuado quando Jesus nasceu, ocorreu no legado de Cêncio Saturnino, na Síria, entre 8 a 6 a.C.
 Não há registros de insurreição em Israel, entre 20 a 6 a.C., até porque ninguém era louco o suficiente, para enfrentar o sanguinário e tirano rei Herodes o Grande.
 Depois disto, com a morte de Herodes, houve desordens e insurreições em Israel, entre 6 a.C a 6 d.C.
 Não seria por isso recomendável fazer-se um census, recenseamento populacional, em que todas as pessoas teriam que se deslocar por Israel a fim de irem se alistar em suas cidades natais.
 Tão logo Herodes morreu em 6 a.C. os seus filhos foram à Roma pleitear as suas heranças, junto ao Senado e ao Imperador. Houve um interregno de dois anos, entre o pleito, julgamento, e o cumprimento deste julgamento.
 Neste tempo estabeleceu-se a desordem em Israel.
 Varo, governador da província romana da Síria, veio à Judéia, pouco depois da morte de Herodes, para abafar um levante, e o fez com tamanha crueldade e tenacidade, que não hesitou em crucificar dois mil revolucionários em Jerusalém.
  E dispersou o restante com muita matança.
  Em 4 a.C. Arquelau, filho de Herodes, assumiu o governo de sua tetrarquia na Judéia.
  Diz o texto bíblico que José temeu pela segurança de sua família quando voltou do Egito, por causa da desordem reinante em Jerusalém, entre 6 a 4 a.C.
 Por isso não ficou em Belém, que distava 30 km de Jerusalém e foi para Nazaré na Galiléia, distante uns 120 km (Mt 2:19-23).
 É dito neste texto (vs.22) que José temeu a Arquelau, que governava a Judéia em lugar de seu pai Herodes.
 Se fosse assim, José também deveria temer ir para a Galiléia, pois ali governava Herodes Antipas, que era também filho de Herodes o Grande.
 José e Maria vieram de Nazaré na Galiléia para Belém, e em Belém lhes nasceu Jesus (Lc 2:4).
  Logo, o que José fez quando retornou do Egito foi simplesmente voltar para a sua residência antiga em Nazaré, até porque sendo uma cidade pequena e interiorana, estava menos suscetível as desordens e rebeliões sócias que estavam ocorrendo.

  CONCEPÇÃO E NASCIMENTO DE JESUS

 O nono mês da gestação de Jesus se completou em 8 março/8 de abril do nosso calendário (ou 8 de abibe no calendário israelita) ou seis dias antes da Páscoa do ano 13 a.C., dia em que Jesus veio à luz. Logo ele foi concebido em 8 de junho/8 de julho (8 de Tamuz, no calendário israelita) do ano 14 a.C
 Os judeus contavam os anos da idade de uma pessoa a partir da sua concepção.
 O nascimento de Jesus foi numa ESTREBARIA em Belém, seis dias antes da Páscoa (Jo 12:1-5, Lc 2:41,42), em 8 de Março de 13 a.C. e nesta ocasião se realizava um recenseamento na Palestina.
 E quando tinha dezenove meses de vida, em 8 de outubro do ano 12 a.C. ele foi visitado e adorado pelos magos numa CASA em Belém, guiados que foram estes magos pela estrela de Jesus.
 Vênus, a brilhante Estrela da Manhã é esta estrela de Jesus (Mt 2:2,7,10, Ap 22:16, Nm 24:17, Jó 38:6,7).
 Em Roma (e também na Palestina), registrou-se esta passagem do cometa Halley durante as três primeiras semanas de outubro do ano 12 a.C., destacando-se que foi muito brilhante esse cometa.
 Foi visível mesmo durante a lua cheia em 4 de setembro e 3 de outubro de 12 a.C.
 Nos registros chineses os astrônomos assinalaram a presença a presença do cometa Halley na constelação de Gêmeos em 25/08/12 a.C.
 Também, neste ano, ocorria a 512º ciclo octogonal de Vênus e Terra; e Vênus, visto da Terra, por estar sobreposto a esta passagem simultânea do Halley, num ângulo favorável, ficou mais brilhante do que o normal.

 Plotino transcreveu em "Harmonia" o pensamento de Amónio Sacas, filósofo grego de Alexandria (175-242) que afirmava que Jesus vivera sete anos no Egito, desde que seus pais fugiram para lá por temerem a Herodes.
 Tão logo Herodes morre, no ano 4 a.C., eles retornam pra Judá. Jesus então teria nove anos (contando que ele ao sair de Belém tinha dezenove meses, mais cinco meses de percurso de ida e vinda de Judá/Egito/Judá); e adicionando-se 4 a.C. teremos o total de 13 anos; ou seja, Jesus nasceu treze anos antes do atual calendário.


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